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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Estudo sobre I Samuel

I Samuel
Quando escolhemos menos que o melhor de Deus
E o Senhor lhe respondeu: “Atenda a tudo o que o povo está lhe pedindo; não foi a você que rejeitaram; foi a mim que rejeitaram como rei. Assim como fizeram comigo desde o dia em que os tirei do Egito, até hoje, abandonando-me e prestando culto a outros deuses, também estão fazendo com você. (I Samuel 8.7-8)
          A história de uma pessoa pode ser contada a partir de suas escolhas na vida, e dependendo das suas escolhas, pode-se até dizer como0 será seu futuro. A história de Israel contada pelos cronistas nesta perspectiva também. Quais foram as escolhas do povo que determinaram seu futuro?
          O primeiro livro de Samuel fala de uma escolha que poderia, a princípio, parecer uma grande avanço político, econômico e social, mas ele pareceu muito desagradável a Deus. O pedido do povo por um Rei, imitando os povos vizinhos, demonstrou ser um erro de interpretação dos fatos. O povo atribuiu a falta de um Rei o motivo de tantas quedas e fracassos, como vimos no livro de Juízes. O livro, então, é de transição do sistema tribal para o da monarquia.
1 – O NOME E A POSIÇÃO QUE OCUPA NA BÍBLIA

          O nome I Samuel, que aparece na tradução portuguesa da Bíblia baseia-se na tradição de que foi Samuel quem escreveu o livro, a qual foi passada avante pela tradução latina que deu o nome de Samuel aos dois primeiros livro que iniciam a série de três livros duplos, quais sejam 1º e 2º Samuel, 1º e 2º Reis e 1º e 2º Crônicas, os quais descrevem a ascensão e queda da monarquia em Israel.O livro de Samuel pertence aos livros históricos e é um dos mais lidos deste gênero.

2 – O PROPÓSITO DESTE LIVRO

          É bom lembrar que a hitória bíblica não é simples história, ma é uma interpretação dos eventos. A preocupação não esta no fato pelo simples fato, mas no significado que ele tem para fé. Então o objetivo ou propósito do livro é descrever os fatos de forma entender qual era a relação entre Deus e seu povo. O escritor tem a convicção que Deus esta por trás dos eventos como o Senhor que tem tudo sob o controle. Os fatos não são descritos com a intenção de informar os acontecimentos para matara a curiosidade, mas são portadores de revelação do carater de Deus.

3 – CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS

1) A expressão “Senhor dos exércitos” (1.3) aparece pela primeira vez na Bíblia aqui em I Samuel, depois vai aparecer mais 281 vezes na Bíblia. A expressão revela que o Senhor é o Senhor de todos, incluindo as hostes celestes. Deus é concebido no livro como o Deus Magnífico e Excelso.

2) É um livro sobre importantes ensinamentos sobre o Espírito Santo, o qual: a) é autor e meio pelo qual acontece a regeneração do coração (10.6,9) b) é autor da ira santa e justa (11.6) c) inspira a coragem e prudência (16. 13,18) d) age liberando do mal (16.14)

3) No livro é que aprendemos sobre o surgimento de umas das mais importantes instituições de Israel, o profetismo, o qual começou com Samuel, o último dos Juízes e o primeiro dos profetas. (9.9; 3.20; 10.5; 19.20)

4) No livro aparecem também pela primeira vez várias expressões, mostrando novas compreensões sobre o caráter de Deus, tais como, Icabô (4.21), Ebenezer (7.12)

4 – CONTEÚDO

A) O nascimento de Samuel (1.1-2.11). Samuel nasceu como resposta da oração aflita de sua mãe, Ana, a qual prometera consagrá-lo ao Senhor por todos os dias de sua vida. Samuel foi entregue aos cuidados do sumo sacerdote Eli, e cresceu dedicando-se a Deus (2.11). Ana recebeu a resposta da oração, mas não teve atitude egoísta de ficar com o filho só para si. Deus dá o melhor e pede o melhor também.

B) A chamada de Samuel (2.12 – 3.21) A um nítido contraste entre Samuel e os filhos de Eli (2.12-18). No meio de tanta corrupção, Samuel era preservado por deus para se tornar um dos maiores líderes de seu povo (2.17,18,21,25,26; 3.1). Em I Samuel 3.1 lemos que a “palavra do Senhor era muito rara” e em 3.7 que “Samuel ainda não conhecia ao Senhor, e a palavra do Senhor ainda não lhe tinha sido revelada”. Samuel é chamado ainda pequeno e Deus confirmou sua palavra na vida de Samuel e fez com que o povo o reconhecesse com profeta (3.19-20) É maravilhoso ver que a vida com Deus se renova com pessoas que ele chama para o ministério. Com Samuel “voltou o Senhor a aparecer em Siló: porquanto o Senhor se manifesta a Samuel pela sua palavra.” (3.21) O ministério tem que ser uma manifestação da palavra de Deus!

C) O ministério de Samuel (4.7-17). Samuel exerce um ministério profético com muita seriedade e compromisso com Deus. Ele diz que Deus revela com fidelidade, mesmo que venha ser doloroso para as pessoas, como o que separa Eli a respeito de seus filhos (3.12-18). Samuel teve de enfrentar uma crise com a derrota de Israel para os filisteus (4.1-11). Nesta batalha os filhos de Eli foram mortos junto com trinta mil soldados e a arca do Senhor foi levada pelos inimigos. Note que quando a arca chegou ao acampamento dos soldados, houve uma gritaria sem igual (4.5), mas de nada adiantou tal “espiritualidade”, pois houve derrota (4.10). Espiritualidade não se conquista no grito, mas na vida de obediência a Deus. O que doeu mais que as mortes foi o fato de a arca ter sido levada pelos inimigos. Eli quando soube disse (4.18), a esposa de Finéias deu à luz prematuramente por causa da notícia e o filho recebeu o nome de Icabô, que significa “não há glória”, porque a glória de Deus estava associada a presença da arca (4.19-22). Os capítulos 5 e 6 tratam dos acontecimentos associados ao sequestro da arca da aliança, a qual é restituída aos israelitas porque Deus puniu os filisteus (5.1-12; 6.10-18).
          A arca não voltou para Siló, mas ficou 20 anos em Quiriate-jearim com Eleazar, como uma forma de ensinar o popo a ansiar pelo Senhor (7.2). Quando o povo manifestou profundo desejo pela palavra do Senhor, Samuel exorta ao arrependimento e só então acontece a vitória sobre os filisteus. Samuel foi uma pessoa decisiva para todo este processo (7.12-17).

D) A escolha de Saul (8.1-10 -10.27) Samuel estava idoso e constituiu seis filhos como juízes sobre Israel, mas eles não tinham o mesmo padrão moral de seu pai, antes, se corromperam (8.1-3). A crise, porem, já vinha de muito tempo, durante décadas. Os líderes do povo, achando que a causa da crise era o sistema tribal e a liderança carismática dos juízes, se reúnem e decidem pedir um Rei. Esta foi uma tentativa de resolver a crise em que se encontrava o povo.
          O pedido não bem recebido, embora tenha sido atendido por Deus. Deus tem sua vontade ativa, mas também trabalha com a vontade permissiva. As vezes percebemos que o pior do que não receber um pedido que fazemos, é recebê-lo. Deus permite para que aprendamos lições preciosas. Samuel se sente traído, mas Deus conforta (8.7-10). O que faz ao responder é traçar algumas diretrizes básicas para a condução do Rei entre o seu povo. Ele, embora concedesse o direito de eles terem um Rei, não estava abrindo mão de seu reinado sobre o povo. Ele sempre foi e continuaria sendo o grande rei de Israel, mesmo que este não o aceitasse diretamente.
         O novo modelo teria consequências, políticas, socias (8.11-13), econômicas (8.12,14-17) e espirituais para o povo (8.18-22) e, para isto, Samuel deveria prepará-lo.
          Os capítulos 9 e 10 falam da escolha de Saul como o primeiro rei de Israel. Tudo aconteceu para que o sistema desse certo e o povo fosse abençoado. Saul é preparado e ungido por Deus e transformado pelo Espírito Santo (10.1-7) e aprovado pelo povo (10.17-27)

E) O Reinado e rejeição de Saul (11.1-15.35). Com o decorrer do tempo, no entanto, Saul não consegue manter o padrão moral de Deus para sua vida e reinado sobre o povo, porque não soube respeitar os limites de sua missão, exorbitou do poder de governar e não cultivou a vida espiritual (15.10-31). O resultado disso foi a unção de Davi em seu lugar.

F) A unção de Davi (16.1-13) Perceba que o ambiente estava tenso em Belém na casa de Jessé (v.4), pois todos sabiam do relacionamento tempestuoso entre Samuel e Saul. Na casa de Jessé, Samuel estava procurando aquele que Deus havia designado para ser o novo Rei.

G) O serviço de Davi (16.14-20.43) Davi começou a servir Saul como tocador de harpa para acalmá-lo em seus ataques (16.23; 18.10.16) e, por ciúme, Saul o colocou como comandante de um batalhão para vê-lo bem longe (18.13)

H) O exílio de Davi (21.1-31 - 31.13) A situação piorou muito e Davi, após ter feito aliança com Jônatas de proteção mútua e de suas famílias, partiu (20.42,43). Saul sai e persegue Davi por todos os lugares. Davi, porem, teve Saul nas mãos, mas não o matou por temor a Deus e porque dava muita importância a investidura real (24.1-22)

          Os capítulos finais falam da volta de Davi e da morte de Saul e Jônatas sob os filisteus. O primeiro rei de Israel foi um fracasso e só trouxe instabilidade para o seu povo. Aquele que cumpre mal sua missão traz dores para si e para os outros.

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