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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Estudo do livro de Jeremias

Estudo do livro de Jeremias

"Pois em bem sei os planos que estou projetando para vós, diz
o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro
e uma esperança." (Jr 29.11)

"Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração;
e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. " (Jr31.33)

Deus não se esquece de nada do que disse e procura cumprir fielmente o seu desígnio. O homem pode se esquecer e negligenciar a Palavra de Deus, mas Deus é zeloso dela e faz com que haja cumprimento. A profecia de Jeremias é um exemplo vivo disso. Quando o homem pensa que Deus esqueceu e que vai ficar tudo bem, ele intervém e mostra que o homem está enganado. A pior coisa que existe é nos deixar levar pela rotina e não renovarmos a nossa vida com Deus constantemente.

O NONE DO LIVRO

O nome "O Livro do Profeta Jeremias'' vem da compreensão de que ele foi o seu autor. Embora esteja depois de Isaías, não é uma continuação histórica imediata. Há um intervalo de muitos anos entre os dois, lsaías, como vimos, é de 740 a 686 a.C, aproximadamente e Jeremias é de 630 a.C. Aquilo que em Isaías foi profecia, em Jeremias foi realidade.

O PROFETA JEREMIAS

Jeremias nasceu de família sacerdotal por volta de 640 a.C, em Anatote, um lugar bem próximo de Jerusalém. A linhagem sacerdotal explica a sua familiaridade com o ofício e sua constante menção do desprezo com que os sacerdotes tratavam suas responsabilidades (8.8), tornando-se, por isso, grandes responsáveis pela decadência espiritual do povo de Judá. Uma marca distintiva no profeta é a exposição sincera de seus sentimentos. Ele está constantemente em conflitos emocionais. Porque a sua profecia é portadora de tragédias e desastre da nação que tanto amava. Ele sofreu amargamente pelo destino de seu povo (Jr. 15.10; 20.8). Veja que Jeremias sofreu pressões, zombarias, oposição à sua mensagem e perseguição, levando-o, em certo momento, a dizer que não queria mais falar em nome de Deus, ou seja, não queria ser profeta (Jr. 20.7-9; 26.9-19; 28.5-17; 38.4). Por causa de seu caráter vigoroso e sincero, não teve medo de expor seus mais profundos sentimentos e expressar o seu quase desespero diante do quadro que Deus estava revelando. Ele é conhecido como "profeta chorão".

O MUNDO DO PROFETA

Jeremias viveu numa das épocas mais difíceis do Reino de Judá, sob o reinado dos seguintes reis: Josias, Jeoaquim, Joaquim, Zedequias e Gedalias. O Oriente Próximo estava em ebulição com a decadência do império assírio e o surgimento do império babilônico, que se expandia rapidamente, fazendo pressão até sobre o Egito. Já que Judá ficava entre a Babilônia e o Egito. Judá era um corredor natural. Em Judá, Jeremias presencia crises políticas continuadas e pior ainda, as crises espirituais do povo, chegando a idolatria grosseira.

Em 639 a.C. Josias, com oito anos, começou a reinar, e seu reinado é marcado por uma reforma religiosa de certa importância. Por volta de 631 a.c, culminando com o achado dos rolos da lei em 621 a.C, ( II Rs 21.24; 22: 1-23; II Cr 33.25; 34.1- 35.27). A reforma coincide mais ou menos com a morte de Assurbanípal, o último

imperador assírio, em 626 a.C. Depois disso os babilônios, sob Nabopolassar (626- 605 a.C), se rebelam e se declaram independentes. Nessa época Jeremias recebe a sua chamada profética e avisa o povo do constante perigo da Invasão que Viria do norte (1.13 e seguintes) e denuncia veementemente a corrupção da nação. A reforma de Josias deixou Jeremias numa posição de fiel proclamador da aliança entre Deus e Israel (11.1-8), qual estava expressa no livro encontrado quando o templo foi restaurado.

Enquanto acontecia a reforma e o ministério de Jeremias em Juda, a Assíria era derrotada pelos babilônios. Os últimos focos de resistência assíria na Palestina ainda aconteciam e os Egípcios, querendo deter o progresso babilônico, se aliam aos assírios. Josias não desejando que os seus inimigos fossem ajudados, sai em luta contra os egípcios, morrendo na batalha de Megido, em 609 a.C. Foi uma das primeiras grandes tragédias que Jeremias enfrentou ( II Rs 23; II Cr 35).

A partir de 609 a.C, a situação em Judá ficou tensa e o Egito se aproveitou para controlar a situação, pondo e depondo reis na região. Isso durou três anos. Jeremias não poupava palavras contra a aliança com o Egito e proferiu discursos pesados contra o poder político (7.1-8.3). Jeremias então profetizou que o reino de Judá seria desterrado e cairia nas mãos de Nabucodonozor (25.9). Ele diz que era preferível Judá se tornar vassalo da Babilônia do que aliado do Egito, pois Deus levaria o seu povo para a Babilônia e o exílio duraria

setenta anos (27.6-22). Isso tudo acabou acontecendo em 605 a.C, quando os nobres e o melhor do povo foram levados para a Babilônia. Inclusive Daniel e Ezequiel.

Depois desse período, até 586 a.C, quando houve a destruição do Reino de Judá, houve o controle babilônico através de reis vassalos que sempre tentavam se aliar ao Egito, Jeremias sempre avisou contra esse tipo de aliança, mas sempre era perseguido. Em 586 a.C, o reino foi destruído, bem como a Cidade e o templo,

sendo o restante do povo levado para o exílio. Foi o triste fim de um reino que não manteve sua lealdade a Deus, que cumpre todas as suas promessas e torna realidade tudo o que diz.

A MENSAGEM CENTRAL

Jeremias é o profeta que lembra o povo da aliança que Deus havia celebrado com Israel, sendo que este não foi leal e nem cumpriu a sua parte, se tornando apóstata e praticante de uma religião formal, exterior. Por causa disso Deus visitava o seu povo com julgamento, mas no final, estabeleceria um novo pacto em bases diferentes. Em vez do grupo, agora seria com o indivíduo, o qual poderia ter um relacionamento pessoal e intimo com Deus, pois a sua lei estaria no coração e não em pedra (33.14-26).Tudo seria possível porque Deus

os faria voltar e, através do remanescente, estabeleceria a continuidade de seus propósitos (33.9-18; 30.17-22; 31.12-20; 24.7; 23.5; 16.19; 30.9). Jeremias não só chora, mas também tem esperança de uma nação restaurada e renovada.

CONTEÚDO DE JEREMIAS

Pela estrutura do livro se vê que de 2.1 a 45.5 Jeremias se dirige inteiramente ao povo de Judá. Depois, de 46.1 a 51.64, a palavra profética se volta contra as nações vizinhas sobre as quais Deus também se dirige em forma de julgamento histórico.

I) A chamada de Jeremias (1. 1-19). A chamada dele se deu quando Josias já havia reinado uns treze anos. Se assim foi, Jeremias era ainda um adolescente quando Deus o chamou (1.2). Ele foi chamado para exercer um ministério de avisos acerca de tragédias que estavam para acontecer (1.9-10). Ele foi profeta desde Josias até Gedalias, que sucedeu Zedequias. O versículo 3 cita até Zedequias. No texto Gedalias também é mencionado, mas se tratava apenas de um fantoche nas mãos dos babilônios. De 626 até 586 a.C, foram uns 40 anos de mensagem profética dura contra o povo e as nações vizinhas. Foram anos também de intenso sofrimento para um profeta que desejava ardentemente a restauração de seu povo. Jeremias é um profeta que recebe a mensagem de Deus, é avisado que enfrentará muita oposição e é consolado pela garantia de que Deus sempre estará presente com ele (1.18-19).

2) As proclamações do profeta antes da queda de Judá (2.1- 38.28). De 2.1 a 6.30 há diversas repreensões contra o pecado do povo, Jeremias começa dizendo que o povo começou por abandonar a Deus (2.13- 19) e terminou por substituí-lo por outros deuses (2.20:28). A idolatria é colocar qualquer coisa no lugar de Deus. O povo Infiel, então, é avisado do perigo que isto representa.

Os capítulos 3 e 4 contêm chamadas ao arrependimento, Deus poderia rejeitar o seu povo para sempre, mas é misericordioso e espera que volte para o seu convívio e comunhão. A falta de arrependimento, porém, é grande, e por isso a invasão estava para acontecer. É um julgamento histórico sobre Judá (6.10-30).

De 7.1 a 11.17, Jeremias fala abertamente contra a maldade do povo e identifica alguns problemas: o culto não podia salvar (7.1-15), porque ele era falso e atrairia uma terrível conseqüência (7.29-8.13). Em vez de louvor, o povo deveria prantear, porque a situação estava desoladora (8.14-9.22). A idolatria, por ser incompatível com o atributo de Deus como Criador de todas as coisas, seria punida com o exílio (9.23-10.25). O povo pagou caro pela violação do pacto que Deus fizera e zelara por cumprir ao longo dos anos da história do povo ( 11.1-17)

De 11.18 a 29.32 encontramos os registros de como Jeremias pregou e enfrentou os líderes políticos de Judá. Ele é fiel a Deus em tudo, mesmo que tenha que sofrer todos os tipos de perseguições e privações.

De 30.1 a 38.28, temos as promessas de Deus acerca da restauração do povo a partir de um remanescente fiel. Deus puniria, mas seria de forma educativa. Uma nova geração de fiéis deveria se levantar depois dos período destinado ao exílio. Deus, baseado em sua misericórdia, fidelidade e zelo pela Palavra, estabeleceria um novo pacto.

3) Tomada de Jerusalém e profecias contra as nações (39.1-51.64). O capítulo 39 é a descrição da tomada de Jerusalém por Nabucodonozor, na qual Jeremias é liberto dos poderes dos inimigos que, por ironia, são os seus próprios irmãos de não.

De 40.1 a 44.30, temos a insistência de Jeremias para que o povo não faça alianças com o Egito. Ele continua se dirigindo aos que, tendo as provas da ira de deus, continuam na desobediência.

De 46.1 a 51.64, vemos as profecias contra as seguintes nações: Egito (46.1-28), Filistia (47.1-7), Moabe (48.1-47), Amom (49.1-6), Edom (49.7-22), Damasco (49.28-33) e Babilônia (50.1- 51.64).

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