Estudo do livro de Eclesiastes

Eclesiastes

A vida sem Deus é vazia

"Vaidade de vaidades, diz o pregador;

vaidade de vaidades! Tudo é vaidade"

(Eclesiastes 1.14)

Eclesiastes é um livro que descreve uma perspectiva puramente humana da vida. Perceba que a expressão "debaixo do sol" aparece umas 30 vezes e indica que o livro é escrito sob uma ótica terrena. A fonte de conhecimento e a percepção do próprio autor, o qual é marcado pela temporalidade.

O NOME AUTORIA E NATUREZA DO LIVRO

O título do em português vem do grego ekklesiastes, que é uma tradu¬ção próxima do hebraico qohelet; que significa pregador de um ajuntamento, de uma assembléia. O livro é atribuído a Salomão que, com sua sabedoria, pode fazer uma análise da vida humana sob a ótica puramente humana ( 1.1.12.16; 2.9; 12.9). É um livro que ensina o que são as coisas à parte de Deus. Tudo é vazio sem Deus! A palavra "vaidade" aparece 37 vezes e se torna, junto com a expressão "debaixo do sol", a chave de interpretação do livro.

ALGUMAS DICAS PARA A INTERPRETAÇÃO

O Livro é pouco entendido porque muitos o acham um livro estranho. Alguns há que pensam que ele ensina algo completamente estranho ao ensino do restante da Biblia. Alguns até arriscam a perguntar sobre o porque de estar na Bíblia um livro corno este. É preciso entender que Eclesiastes está na Bíblia para contrastar com o ensino da Bíblia a respeito dos verdadeiros valores da vida. No próprio livro encontramos a advertência de que sem Deus o homem não é nada (12.13-14).

A interpretação de Eclesiastes, então, exige um conhecimento sobre sua natureza e sobre e sobre a ótica pela qual o argumento é estruturado. Os que acham que o Livro não tem nada a contribuir é porque não entenderam o seu propo¬sito que é mostrar a fragilidade humana quando tenta viver a Vida sem Deus. O homem quando olha a vida sob sua própria ótica, se encerra num pessimismo catastrófico e só tem a morte como a única certeza. Se realmente a Vida é somente isso, então a palavra registrada estaria certa: "No dia da prosperidade, regozija-te, mas no dia da adversidade considera; porque Deus faz tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele." (7.14).

Com o que foi dito acima, fica mais fácil entender textos como (3.19-22). Se na morte somos todos igualados e ficamos no mesmo plano, qual a vantagem da fidelidade ou da infidelidade. Que diferença fará se fui bom ou mau na terra? Não é meu argumento, mas ele está usando o argumento do que está "debaixo do sol", ou seja, o homem que vive sem Deus.

Em resumo: as palavras de Eclesiastes são força de argumento para mostrar o tipo de vida que o homem leva sem considerar Deus como relevante e necessário para sua vida. O homem sem Deus está, destinado não apenas a ter uma vida sem significado no presente, como tambem a expenmentar a morte que o encerrará no destino eterno de vaidade. A vida Significativa depois da morte depende da vida que vivemos com Deus agora.

AS VAIDADES EM ECLESIASTES

J. Sidlow Baxter faz uma lista interessante das dez "vaidades" de Eclesiastes:

I) A vaidade da sabedoria humana (2. 15- 16). Tanto o sábio como estulto morrem; 2) A vaidade do trabalho humano (I. 19-21). No final, o trabalhador não é melhor do que o ocioso; 3) A vaidade do propósito huma¬no (2.26). Embora o homem ponha, é Deus quem dispõe: 4) A vaidade da inveja humana (4.4). Muito sucesso produz mais inveja que alegria; 5) A vai¬dade da avareza humana (4.7). Quem tem "muito" quer sempre "mais", porém nunca se farta; 6) A vaidade da glória humana (4. 16). E breve, incerta e logo esquecida; 7) A vaidade da ambição humana (5.10). O dinheiro não satisfaz: quanto mais se ganha, mais se almeja ganhar; 8) A vaidade da cobiça humana (6.9). Em geral, mesmo querendo, não se pode gozar o que se ganha; 9) A vaidade da frivolidade humana (76). (Ela apenas disfarça o fim triste e inevitável e, 10) A vaidade das recompensas humanas (8.10, 14). Os maus frequentemente são honrados. Justos e perversos recebem recompensas erradas.

A RELEVÂNCIA DE ECLESIASTES PARA HOJE

A vida que alguém vive por si mesmo, sem Deus, é vaidade e nada pode satisfazer o coração humano senão Deus. O Livro ensina que a vida sem Deus não é nada. Tudo o que o homem procurar para preencher o vazio será inútil. Somente Deus é a resposta para a falta de significado na vida.

Não devemos colocar Deus em segundo plano em nossas vidas. Há os que negam a existência de Deus e querem viver como se ele não existis¬se. Há, porém, aqueles que não negam a sua existência pelo discurso, mas o negam pela prática ao tornarem-no irrelevante para a vida. E preciso viver Deus de fato.